Montagem e problemas mais freqüentes
Para
encerrar esta série de matérias sobre embreagens iremos falar um pouco
sobre os problemas que podem ocorrer, bem como suas possíveis soluções
e formas de testarmos o sistema.
Montando a embreagem
Após
diagnosticar e reparar os problemas do veículo e antes de montar um
novo kit de embreagem, devemos fazer as últimas verificações que podem
evitar muita dor de cabeça para o reparador. Segundo os fabricantes de
embreagem, é importante prestar muita atenção aos seguintes itens:
-
garfo de embreagem: certificar-se que o mesmo não apresenta excesso de
desgaste ou de folga em seu acionamento e verificar se o garfo se
movimenta livre em todo seu curso
- retentores: a
contaminação das peças por óleo pode provocar patinações nem sempre
percebidas pelo motorista, que ocasionaram desgaste prematuro no
conjunto de embreagem, portanto, verifique muito bem todos os
retentores próximos ao sistema
- volante do
motor: apesar de não ser parte integrante da maioria dos kits de
embreagem, o volante faz parte do sistema e deve ser criteriosamente
verificado com relação a trincas, marcas de super-aquecimento, sulcos e
espelhamento. Todos estes problemas devem ser eliminados, seguindo as
exigências do fabricante antes da montagem
- tubo
guia do rolamento (ou moringa): ele não deve apresentar marcas,
amassados e sulcos, pois isto prejudicará o acionamento do mancal. O
tubo guia também deve estar centrado e paralelo ao eixo piloto, isso
garantira um bom funcionamento
- rolamento ou
bucha guia do eixo piloto: a bucha guia quando muito seca ou com folga
provoca ruído perceptível apenas em saídas com o veículo. Já o
rolamento danificado impede que o condutor consiga debrear o veículo,
dificultando a troca de marchas, também é fonte de ruídos, em alguns
casos pode desalinhar o eixo piloto, destruindo o amortecimento
torcional do disco de embreagem
Em todos os
casos se for verificado qualquer problema com os itens citados acima,
estes devem ser substituídos. E lembre-se: a montagem de qualquer
sistema de embreagem deve seguir a recomendação do fabricante das
peças.
Problemas e soluções
Mesmo
prestando muita atenção nesse item, alguns problemas teimam em
reaparecer. Veremos a seguir quais têm a maior incidência de reclamação
nas oficinas reparadoras, bem como suas possíveis soluções.
Trepidação: veja alguns fatores que pode ocasionar
-
lonas impregnadas de óleo ou graxa: isso pode ocorrer por excesso de
graxa na lubrificação do sistema, vazamento de graxa do rolamento, de
óleo pelos retentores do motor, do eixo piloto ou do sistema de
acionamento hidráulico. A solução do problema será eliminar os focos de
vazamento, substituir o disco de embreagem e limpar o platô
- coxins danificados ou deslocados: estes devem ser montados corretamente ou substituídos
- motor desregulado: o sistema de admissão (carburador ou injeção) e ignição devem ser regulados
- disco de embreagem errado: deve ser trocado
- platô danificado: substituí-lo
-
acelerador duro: verificar cabo e acionamento entre o mancal das
borboletas e o pedal do acelerador. Lubrifique ou substitua esses itens
-
embreagem dura: verifique tubo guia, cilindro mestre, cilindro escravo
ou atuador, cabo de embreagem e mancais. Se ainda tiver condições,
repare as peças danificadas ou substitua-as
Patinação:
-
montagem ou desmontagem incorretas do platô causa deformação de sua
tampa, mola membrana ou alavanca. O problema será resolvido montando
corretamente uma peça nova
- vazamentos de óleo
ou graxa na região da embreagem certamente contaminará o revestimento
do disco, que deverá ser substituído e fazer a limpeza de todo sistema
-
problemas no acionamento hidráulico, acionamento do pedal emperrado,
folga muito pequena entre o rolamento e o platô, fazem com que a
embreagem trabalhe enforcada. A melhor solução para esse caso é revisar
todo o sistema de acionamento substituindo componentes se houver
necessidade e regular a folga do rolamento conforme recomendado pelo
fabricante
- desgaste natural do revestimento
(lonas) do disco e uso incorreto da embreagem promoverá um desgaste
acentuado no revestimento do disco, que deverá ser substituído, e se
necessário, troque também o platô e retifique o volante do motor
-
retífica incorreta do volante, deixando a diferença entre o
assentamento do platô e da superfície de atrito fora da especificação do
fabricante, isso requer uma nova retífica na área de assentamento ou
substituição do volante
- além de todos os itens
já citados, conduzir o veículo de maneira errada, pode causar
superaquecimento. Só será resolvido com a substituição de todo o kit e
sangria do sistema
- volante do motor com sulcos, pequenas trincas ou vitrificado (espelhado) deve ser retificado.
Ruídos:
-
rolamento de embreagem sem procedência, seco ou montado de maneira
incorreta, obriga a retirada do câmbio para que seja substituído ou
reparado
- aplicação de disco incorreto pode
ocasionar incompatibilidade entre o sistema de amortecimento do disco e
o sistema de transmissão do veículo. Como solução, é recomendado que
seja aplicado o disco correto do veículo
- rolamento ou bucha guia do eixo piloto ausentes ou montados sem lubrificação, devem ser reparados ou substituídos
- platô desbalanceado deve ser substituído, se necessário substitua o disco também
- o uso inapropriado do veículo pode danificar o amortecimento do disco, que deverá ser trocado
Disco não é liberado:
- rolamento ou bucha guia do eixo piloto ausentes ou montados sem lubrificação, devem ser reparados ou substituídos
- transporte e armazenamento incorreto causa empenamento do disco, que deverá ser substituído
- disco de embreagem muito grosso, deve ser trocado
- disco de embreagem empenado, deve ser substituído
-
veículos que permanecem muito tempo parados podem colar o disco de
embreagem entre o volante e o platô, se houver perda de material do
disco, este deve ser substituído, caso contrário uma boa limpeza com uma
lixa deve ser realizada nas superfícies de contato do disco, volante e
platô
- o recuo insuficiente da placa de pressão
do platô pode ter como causas: excesso de folga no acionamento do
rolamento problemas no circuito de acionamento hidráulico erro na
montagem do platô deformação na mola membrana durante a montagem do
motor com o câmbio excesso de curso no acionamento da embreagem ou cubo
do disco deformado. Na solução desse caso é necessário revisar
praticamente todo o sistema, pois há muitas variáveis que podem
confundir o reparador.
Como podemos perceber,
alguns problemas são causados pelos mesmos fatores, o que pode até
acumulá-los, por isso não se esqueça de questionar o cliente e revisar
criteriosamente todos os componentes do sistema. Só monte o sistema de
embreagem, quando tiver plena certeza de que todo o conjunto trabalhará
harmoniosamente.
Esse material foi preparado usando como base os
catálogos e informativos técnicos da ZF SACHS e da Luk. Além de seguir
essas dicas e instruções não deixe de usar os equipamentos de proteção
pessoal, como luvas, óculos e botas de segurança.
Esta peça foi recondicionada sem critério, o que ocasionou desgaste e quebra prematura de seu material de atrito

Conjunto retirado de um veículo, preventivamente, mas já apresentando danos no platô e no volante

Tubo
guia do rolamento com marcas causa dificuldade de engate, por isso é
recomendável a sua substituição em todas as trocas de embreagem

Empenamento do disco ou platô faz com que o atrito entre o disco e volante seja irregular causando patinação da embreagem

O excesso de poeira travou o rolamento de embreagem danificando as unhas da mola membrana do platô

A
falta de atenção do motorista aos sinais de desgaste da embreagem pode
proporcionar surpresas desagradáveis no momento da reparação

Sempre que possível, utilize ferramentas para alinhar o conjunto de embreagem durante a montagem

Danos por excesso de curso podem aparecer logo após a montagem ou demorar muito tempo para serem detectados

Vemos claramente o material de atrito do disco, que foi desgastado tão rapidamente que não houve tempo de ser dissipado


A
retífica do volante é obrigatória no caso de sulcos em sua superfície,
porém devemos ficar atentos a espessura mínima determinada pelo
fabricante


Nesta imagem, vemos o platô pré-acionado e o material de atrito do disco de embreagem

segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Embreagem – parte 2
Saiba como diagnosticar problemas
Reparadores
reconhecem que, diante de alguns problemas mecânicos, uma boa conversa
com o cliente muitas vezes representa 50% da identificação do
diagnóstico. Esse, sem dúvida, é o caso da embreagem, em que hábitos de
condução e utilização do veículo podem determinar problemas e desgaste
prematuro.
Com base nessa realidade, na edição
deste mês, preparamos para você uma matéria que irá auxiliar o
reparador na hora de abordar e formular perguntas para ajudar no
diagnóstico de possíveis problemas no sistema de embreagem. Leia com
atenção e veja como realizar essa tarefa em sua oficina.
Antes da desmontgem:
o diálogo que define a manutenção
Antes da desmontgem:
o diálogo que define a manutenção
Depois
do pneu, a embreagem é o item com maior desgaste em um veículo,
(tirando os componentes de suspensão, pois, na maioria dos casos, são
danificados pelas vias públicas, não por fadiga natural), e quando um
veículo chega à oficina com esse tipo de problema, devemos analisar os
fatores que podem causar esses defeitos.
É preciso formular algumas perguntas para o proprietário do veículo, tais como:
1. quais são os problemas que a embreagem apresenta?
Essa
resposta servirá para identificar trepidação, patinação, dificuldade
de engate, dureza na operação do pedal, barulhos no sistema, entre
outros.
2. o veículo passou por algum serviço no sistema de embreagem? Se sim, qual? Há quanto tempo? Em qual quilometragem?
Nesse caso, será possível identificar um provável problema de mão-de-obra.
3. qual é a quilometragem apresentada no hodômetro?
Como essa informação pode ser adulterada, ela serve apenas como referência.
Quilometragem
muito alta pode indicar desgaste natural da peça, facilmente resolvido
com sua substituição. Entretanto, quando o veículo se encontra abaixo
dos 40.000 km, os problemas podem ser desde uma montagem errada da
embreagem anterior até partes do veículo que, a princípio, não
apresentam relação com o sistema de embreagem.
4. em que situação o veículo é mais utilizado?
Se
em trajeto urbano, os danos na embreagem podem ser maiores. Se o
veículo é utilizado apenas aos fins de semana, pode indicar que o
motorista possui pouca prática ao volante. Táxis, devido ao trabalho
diário, sofrem um desgaste acentuado em seu sistema de embreagem.
5. quem é o principal motorista do veículo?
Sabemos
que motoristas mais jovens tendem a ser mais afobados no uso do
automóvel, acelerando o desgaste da embreagem. Sapatos de saltos altos
podem ajudar na dificuldade no controle do pedal de embreagem. Idosos,
em geral, possuem menos reflexo, por isso podem danificar a embreagem
mais rapidamente.
Fatores extras:
Fatores extras:
Há ainda outros fatores que podem influenciar na vida útil de uma embreagem como:
1 - o trajeto que o veículo percorre, pois muitas subidas ou saídas de edifícios podem forçar todo o conjunto
2 - pesos desnecessários no porta-malas como: mangueiras, galões de água, ferramentas, sacolas com roupas enfim, o que não for necessário carregar deve ser deixado em casa, pois ajuda na deterioração do sistema.
Dica
2 - pesos desnecessários no porta-malas como: mangueiras, galões de água, ferramentas, sacolas com roupas enfim, o que não for necessário carregar deve ser deixado em casa, pois ajuda na deterioração do sistema.
Dica
Uma dica
importante é posicionar-se no banco do passageiro e observar o condutor
dirigir, pode ser o mesmo percurso utilizado para o teste dos veículos
que saem da oficina.
Esses procedimentos servem
para observar vícios ao volante como: descansar o pé esquerdo sobre o
pedal de embreagem, rodar em sobremarcha &ndash utilizar uma marcha
muito alta para a rotação que o motor do veículo esteja trabalhando
&ndash, esticar a rotação antes de trocar a marcha, segurar o
veículo em ladeiras apenas na embreagem e acelerador.
Com
essas informações, podemos orientar o cliente sobre os pontos em que
há problemas na condução do veículo, que causam danos e desgaste
prematuro não apenas na embreagem, mas também em outros sistemas do
carro.
Desmontagem
Desmontagem
A
desmontagem é uma parte importante na reparação, pois quando realizada
de forma inadequada pode causar sérios danos que ocultarão os problemas
reais do sistema.
Mesmo parecendo um
procedimento de rotina, não deixaremos de relacionar alguns métodos que
auxiliam em uma boa reparação. Veja abaixo:
1. desligue o cabo negativo da bateria
2. solte e retire o motor de arranque do veículo
3. solte as hastes de acionamento da transmissão
4. levante o veículo em um elevador, isso facilitará o trabalho
5. retire protetores de motor ou cárter, quando houver
6. apóie o motor e câmbio com cavaletes apropriados
7. solte e retire os semi-eixos do câmbio, em veículos com tração dianteira, ou o cardan para tração traseira
8.
desconecte quaisquer chicotes ou cabos que sejam ligados ao câmbio,
atualmente é comum que os sensores de velocidade sejam alojados no
câmbio, bem como o sensor de marcha à ré
9.
desligue as conexões do atuador hidráulico, cuidado para que o fluido
não suje o chão da oficina. Ou desencaixe o cabo de acionamento de
embreagem, deixando o garfo de acionamento livre
10. solte os parafusos que fixam a transmissão ao motor do veículo, sempre em cruz
11. retire o câmbio
12. solte os parafusos do platô, também em cruz, isso evita que a peça empene.
Esses
itens são apenas uma noção de procedimentos que podem ser seguidos,
porém, nem todos os reparadores concordam com esses passos. Entretanto,
seguindo essa lista, a maioria das embreagens poderá ser retirada e
ficará intacta para as análises futuras.
Após desmontar o sistemaAntes de limpar as peças, devemos analisar alguns itens como:
Após desmontar o sistemaAntes de limpar as peças, devemos analisar alguns itens como:
Existência de partes quebradas que podem denunciar trancos na transmissão, por sua vez, transmitidos para a embreagem
Ferrugem no eixo piloto e no cubo do disco de embreagem: essa é a maior causa de dificuldade no engate da 1ª e da marcha à ré
Impregnação do disco por óleo ou graxa: isso causa patinação e superaquecimento das peças em contato.
Com todas as peças limpas e disponíveis para análise, podemos detectar:
Azulamento
de platô ou disco de embreagem demonstram superaquecimento das peças,
ou seja, o sistema ficou pré-acionado, e isso pode ser causado pelo
condutor
Sulcos na face do volante e do platô,
sinal evidente de que houve contato entre essas peças e os arrebites do
disco, indicando final de vida útil da embreagem
Fissuras na superfície do volante ou do platô são outro indício de aquecimento
Desgaste
acentuado na mola membrana, alavanca de acionamento ou anel de
debreagem, indicam problemas de engripamento ou desalinhamento no
rolamento ou atuador hidráulico
Molas de retrocesso tortas, empenadas ou quebradas, causam perda de pressão, levando à patinação do sistema
Tubo guia de embreagem desgastado promove o acionamento deficiente do rolamento
Garfo
de acionamento torto ou desgastado não permite que o platô seja
desacionado totalmente, o que pode causar trancos em arrancadas ou
trocas de marcha, assim como suas buchas em más condições podem causar
problemas similares
Cabos de embreagem devem ser testados, sempre flexionados, quanto ao seu acionamento
Cabos de embreagem devem ser testados, sempre flexionados, quanto ao seu acionamento
Fique atento ao rolamento da ponta do virabrequim, este é responsável por manter o eixo piloto alinhado
O disco, que deve ser verificado quanto a empenamentos
O disco, que deve ser verificado quanto a empenamentos
Acionador ou rolamento que devem ser verificados quanto a vazamentos e engripamentos
Confira se todas as guias da transmissão estão nos lugares
Olhe o nível de óleo da transmissão, pois é um item importante para evitar que o câmbio trave.
Na próxima edição, falaremos a respeito da montagem, dos problemas e
também sobre possíveis correções. E lembre-se: o diálogo entre o
reparador e o dono do carro é essencial na hora da manutenção de um
veículo.
Volantes bimassa não devem sofrer retrabalho para não comprometer a segurança

Um volante bem retificado não deve ficar com aparência espelhada pois, nesse caso, provocaria patinações na embreagem

Sistemas de embreagem para utilitários extra-pesados

Peças impregnadas de graxa devido ao excesso de lubrificante aplicado

Para manter a rugosidade necessária ao bom funcionamento da embreagem, a retífica do volante deve ser feita com pedra

Os
bólidos de Fórmula 1 utilizam embreagens com multi-discos, pois esse
arranjo possibilita uma superfície maior com um diâmetro menor

O cabo de embreagem deverá estar curvado, para que seus testes sejam realizados

Marcas irregulares no volante e platô indicam desalinhamento do conjunto

Excesso de curso no acionamento ou desalinhamento no mesmo pode causar quebras na mola membrana

Este volante foi substituído, porque mesmo após a retífica, ficaram evidentes as marcas de superaquecimento

Embreagens
de cerâmica são fabricadas com pastilhas sintéticas e exigem superfície
de contato mais duras tanto no volante quanto no platô

Embreagens bi-disco equipa a maioria dos veículos pesados devido a maior área de contato

Em platôs da linha pesada, algumas peças devem ser reguladas assegurando que o seu funcionamento seja perfeito

Atualmente, apenas a linha pesada utiliza platôs com alavanca

As embreagens multi-disco podem apresentar desenhos muito diferentes

As embreagens de competição geralmente são balanceadas com o volante exigindo que sejam montadas na posição correta

Sistema de Embreagem - Parte - 1

Componentes do sistema
O disco de embreagem é composto por:
•
revestimento: esse pode ser de material orgânico, conhecido como lona,
ou de material sintético, chamado de revestimento cerâmico;
• disco de retenção, fabricado de aço;
• molas de guarnição de aço com têmpera especial;
• molas de torção (nem todo disco as possui);
• cubo: geralmente fabricado de aço estampado;
• disco de torção: também de aço como o de retenção;
• rebites.
O platô conta com os seguintes componentes:
•
carcaça: por muito tempo, foi produzida de ferro fundido (que ainda
permanece na linha pesada), porém, está sendo substituída pelo aço
estampado, amplamente aplicado na linha leve;
• mola de retrocesso: feita de aço especial para manter a sua ação durante toda a vida útil do platô;
• mola membrana: fabricada de aço de alta resistência por causa de sua forma, o platô conhecido como chapéu chinês;
• alavanca: toda de aço conhecida como gafanhoto;
• mola de acionamento: por seu trabalho constante, é produzida de aço;
• anel de articulação: pode ser feito de diversos materiais, sendo o cobre o mais utilizado;
• placa de pressão: conformada de aço.
O
platô, em grande parte dos sistemas, é acionado por um rolamento ou
por um atuador hidráulico que substitui o rolamento, e isso permite que
o acionamento da embreagem seja feito com o motor e a transmissão em
movimento sem desgastá-los prematuramente.
Em
sistemas que contam com rolamento de embreagem, este geralmente
trabalha em cima de um tubo guia, fabricado de metal, que em alguns
casos pode ser confeccionado de plástico de alta resistência.
Em
sistemas em que o acionamento é hidráulico, existe um cilindro mestre
de embreagem e suas mangueiras de condução são ligadas ao atuador
hidráulico, ou ao cilindro auxiliar.
Outro
componente do sistema de embreagem é o volante do motor que, apesar de
fazer parte dele, depende do bom acoplamento da embreagem. Essa peça é
fabricada de aço e passa por um processo de balanceamento.
Função
Função
A
função básica de uma embreagem é fazer a ligação entre o motor e a
transmissão do veículo, permitindo que em trocas de marchas o
acoplamento e o desacoplamento entre ambos sejam feitos de maneira
suave, transmitindo integralmente o torque do motor para a transmissão.
Contudo,
há uma outra função pouco conhecida: a de atuar como um amortecedor de
vibração diminuindo os ruídos gerados no sistema de transmissão.
Descreveremos sobre a função de cada item do sistema de embreagem:
•
o revestimento do disco tem a função de aderir, com o maior atrito
possível, ao volante do motor evitando que haja patinação entre ambos;
• o disco de retenção é responsável por manter as molas torcionais em seu lugar correto;
•
as molas de guarnição auxiliam o platô na tarefa de manter a tensão
entre o disco e o volante e absorvem parte das vibrações oriundas do
câmbio;
• molas de torção, ou torcionais, são as
que absorvem o tranco causado no primeiro contato entre o volante do
motor, em funcionamento, e o disco de embreagem;
• o cubo transmite o torque gerado no motor e capturado pelos outros componentes do disco para o eixo piloto da transmissão;
• o disco de torção limita a flexão das molas de torção, impedindo que se danifiquem rapidamente;
• os rebites fixam várias peças do disco de embreagem>
As partes de um platô:
As partes de um platô:
• a carcaça deve ser a base do platô, pois é nela que as outras peças irão se fixar e poderão trabalhar;
• a mola de retrocesso é a verdadeira responsável pela pressão exercida entre a placa de pressão e o disco de embreagem;
•
a mola membrana e o conjunto alavanca/mola de acionamento têm a função
de liberar a pressão exercida sobre o disco pelo platô;
• o anel de articulação facilita o acionamento e o desacionamento da mola membrana;
•
a placa de pressão é responsável por manter a pressão exercida pelas
molas de retrocesso, uniforme em toda a superfície do disco.
O
cabo de aço tem a função de puxar o garfo de acionamento do rolamento,
que por sua vez é responsável por permitir que o platô não seja
acionado, mantendo seu movimento rotacional.
O
acionamento hidráulico pode atuar diretamente sobre o platô no lugar do
rolamento, ou atuar sobre o garfo empurrando o rolamento para que
cumpra a sua função sobre o platô. Esse está substituindo o sistema de
acionamento mecânico.
O volante é um caso à
parte, pois há modelos que utilizam o volante maciço e modelos bimassa,
e sua função principal é servir de acumulador de energia cinética e
fornecer uma base para que o disco de embreagem possa captar o torque
do motor e repassá-lo para a transmissão.
O
volante maciço, por ser geralmente fabricado em uma única peça, pode,
inclusive, ser retificado várias vezes durante sua vida útil.
Entretanto, o volante bimassa possui molas e contrapesos que são
desenvolvidos conforme a aplicação de cada motor, esse sistema tem a
função de suavizar o funcionamento do motor, mas não pode ser
retificado, em caso de danos deve ser substituído. O volante bimassa
pode ser reconhecido facilmente por ser mais grosso que o convencional.
Atualmente, sua utilização está em expansão em todas as linhas: leve,
média e pesada.
Funcionamento
Funcionamento
O
atrito entre o volante e o disco que é pressionado pelo platô faz com
que o torque do motor seja passado para o sistema de transmissão. A
compreensão desse princípio é fundamental para se entender uma série de
problemas que veremos.
Para começarmos a
entender o funcionamento da embreagem, devemos saber que uma embreagem
está totalmente acionada quando o platô estiver exercendo pressão
máxima em cima do disco de embreagem e do volante, por isso falamos que
debreamos ao pisar no pedal de embreagem.
Todo o
processo se inicia quando o pedal de embreagem é pressionado, esse
movimento é transmitido pelo cabo, ou varão de embreagem, até o garfo
do rolamento, que pressionará a mola membrana, ou alavancas, do platô.
Isso fará com que o disco de embreagem seja liberado e, dessa maneira, o
torque do motor deixa de ser transmitido ao câmbio.
Nesse
momento, é criada uma diferença de rotação entre o motor do veículo e
seu sistema de transmissão, por isso, quando soltamos o pedal de
embreagem, devemos fazê-lo de forma suave e progressiva, a fim de
equalizarmos as rotações e evitarmos trancos ou patinação excessiva.
O
sistema hidráulico funciona da mesma maneira, mas quem irá conduzir a
força exercida no pedal de embreagem e no cilindro mestre será o
fluido, geralmente de freio, fazendo com que esse tipo de acionamento
seja mais leve e torne as vibrações menos perceptíveis. Esse sistema,
na maioria dos casos, aproveita o reservatório do fluido de freio para
suprir sua necessidade, mas os que têm um reservatório dedicado
facilita a manutenção.
O volante, assim como os
outros componentes do sistema, deve estar em perfeitas condições,
alinhado e balanceado com a rugosidade em contato do disco de
embreagem.

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